“É uma homenagem que lhe queremos prestar em vida. (…) Os quadros são representativos das várias fases da pintura do Manuel Cargaleiro”, disse a delegada da Fundação Oriente em Macau, Ana Paula Cleto, à agência Lusa.
Intitulada “Manuel Cargaleiro – pintura: 1954-2006”, a exposição reúne exclusivamente obras de pintura, selecionadas pelo artista, em conjunto com a direção do Museu do Oriente.
“Manuel Cargaleiro é considerado um dos artistas mais proeminentes da cultura portuguesa da actualidade e a sua obra abrange cerâmica, pintura, gravura, guache, tapeçaria e desenho. Na sua pintura pode distinguir-se um sentido ornamental e decorativo”, refere a nota informativa da exposição divulgada à imprensa.
Trazer a pintura do artista português até Macau era um objectivo traçado há algum tempo pela Fundação Oriente, mas entretanto foi necessário aguardar pelas necessárias autorizações, explicou Ana Paula Cleto.
A exposição, patrocinada pelo Banco Nacional Ultramarino, vai estar patente na Casa Garden, da Fundação Oriente, até 3 de Março de 2016.
A primeira mostra individual de Manuel Cargaleiro em Macau foi em 1998, um ano antes da transição da administração de Macau de Portugal para a China.
Intitulada “Pintura de Manuel Cargaleiro 1963-1997”, essa mostra reuniu um total de 29 trabalhos no Centro de Arte Contemporânea de Macau.
Manuel Cargaleiro nasceu a 16 de março de 1927, em Chão de Servas, Vila Velha de Rodão, e realizou a sua primeira exposição individual em 1952 em Lisboa. Reside em Paris desde 1959, data em que adquiriu um atelier na capital francesa.
Ao longo da carreira, recebeu vários prémios e distinções em Portugal, Itália e França, incluindo a Ordem da Cruz de Santiago da Espada (1982), o Grau de Officier des Arts et des Lettres pelo Governo Francês (1984), a Grã-Cruz da Ordem do Mérito (1988), e o Prémio Projeto Internacional Museus/Fundações pelos projetos institucionais em Portugal e Itália (2012).
Já este ano, recebeu, em Lisboa, o Prémio Obra de Vida do projecto SOS Azulejo, dedicado à salvaguarda e valorização do património azulejar português e coordenado pelo Museu da Polícia Judiciária.