“Hoje ficou claro que cada vez mais vivemos numa aldeia global, em que é necessário pensar e agir globalmente, e o facto de uma delegação da Assembleia Popular Nacional da China vir à Região [da Madeira] quase expressamente para ouvir da parte do presidente da Assembleia Legislativa da Madeira a sua opinião sobre um conjunto de questões ligadas à autonomia, é positivo para a Madeira e também para Portugal”, disse Tranquada Gomes aos jornalistas, após o encontro.
O responsável pelo parlamento madeirense referiu que recebeu “uma delegação da Assembleia Popular Nacional da China, chefiada pelo presidente da Comissão de Lei Básica das Regiões Administrativas Especiais de Hong Kong e Macau, e composta por outros membros desta comissão”.
O presidente do principal órgão de Governo próprio da Madeira destacou que, “nos últimos anos, intensificou-se o relacionamento entre Portugal e a China e esta comissão entendeu que era importante ouvir a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira” para ouvir “como funciona o sistema autonómico regional, porque a China tem as duas regiões especiais de Macau e Hong Kong”.
Segundo Tranquada Gomes, “eles [comissão do parlamento da China] consideraram oportuno saber como é que as autonomias em Portugal estão estruturadas”, tendo colocado várias questões “não só formais, como políticas”.
“Foi importante o debate político sobre a questão da autonomia, porque a República da China tem duas regiões administrativas especiais, Macau e Hong Kong, com alto grau de autonomia, superior, obviamente, às autonomias regionais da Madeira e Açores, mas fica também o testemunho como uma Assembleia Popular Nacional chinesa tem a humildade de vir à Madeira para connosco repensar estas questões”, sublinhou.
O presidente do parlamento madeirense referiu ainda que esta foi mais do que uma visita de cortesia, porque “também foi de trabalho”, tendo colocado à disposição daquela comissão chinesa o seu gabinete para “esclarecer dúvidas que possam subsistir”.
“Julgo que ficou aqui traçado um caminho de cooperação entre a Assembleia Legislativa da Madeira e a Assembleia Popular Nacional da China”, vincou, adiantando “ter ficado a promessa no ar deste intercâmbio se manter e desenvolver para o futuro”.
Tranquada Gomes admitiu sentir-se satisfeito pelo facto de ser um parlamento com a dimensão da China a ir à Madeira “ouvir a Assembleia Legislativa sobre a questão das autonomias regionais”.