O trabalho foi distinguido “pelo interesse do tema escolhido, o qual transmite o olhar humano sobre um lado mais obscuro de Macau”, lê-se num comunicado da Fundação Oriente.
Em declarações à Rádio Macau, Sandra Azevedo disse receber o prémio “com muito orgulho”. A jornalista considera que, “numa carreira que ainda agora começou, com três anos de profissão, é um prémio de reconhecimento de trabalho e uma forma de dizer a mim mesma que, sim, é este o caminho”.
Além de abordar um tema “tabu numa sociedade que se apresenta rica e próspera aos olhos da comunidade internacional”, a reportagem de Sandra Azevedo “destaca-se, também, pelo facto de trazer a público casos de indigência não só de trabalhadores estrangeiros como também de residentes permanentes”, diz ainda o comunicado, realçando o “enorme impacto social”.
À Rádio Macau, a jornalista afirmou que “toda a gente sabe que há pessoas que vivem em condições muito precárias e o que eu tentei fazer foi mostrar e contar a história de três pessoas que vivem com menos de 4 mil patacas por mês em Macau, e que têm que pagar uma casa, têm que se alimentar, têm que pagar transportes e, muitas delas, ainda tentam enviar dinheiro para a família”.
De acordo com Sandra Azevedo, a reportagem “Viver com pouco” “foi um trabalho bastante difícil de fazer, porque são grupos sociais que são difíceis de penetrar. Até podem, com facilidade, falar e dar o seu testemunho, mas daí a mostrar para a televisão e disponibilizar a casa e mostrar as condições em que vivem é difícil chegar. Foi complicado chegar às pessoas que cheguei, tentar mostrar e dar a entender que é uma reportagem que deve ser vista pelas pessoas”.
Na edição deste ano do prémio instituído em 2009, foram ainda atribuídas menções honrosas à jornalista Raquel Carvalho pelo trabalho “Croupiers revelam histórias de risco e explicam o que os mantém na profissão – Filhos dos casinos”, publicado no Jornal Tribuna de Macau, e ao jornalista Marco Carvalho pela reportagem “Chips e Cordyceps: Ciência em Macau”, transmitida no telejornal do Canal Macau – TDM.
O prémio será entregue na delegação da Fundação Oriente em Macau, no dia 10 de Dezembro, às 18h.