O Festival de Gastronomia faz-se de delícias, sabores e aromas característicos de Macau, promovendo o melhor da gastronomia local. Na sua 21.ª edição, o evento pretende também “animar” o sector da restauração
Texto Stephanie Lai
SÃO iguarias para todos os gostos e que se apresentam sob diversas formas e feitios, com um objectivo comum: mostrar o que melhor se faz na gastronomia de Macau. A 21.ª edição do Festival de Gastronomia de Macau, que regressa entre 19 de Novembro e 5 de Dezembro, volta a ter como palco a Praça do Lago Sai Van, num evento que já se tornou obrigatório para muitos residentes e turistas.
São duas semanas dedicadas aos sabores, aromas e formas de confeccionar alguns dos mais tradicionais pratos de Macau, com muitas outras actividades pelo meio.
Nem em ano de pandemia se colocou a hipótese de cancelar o evento, diz Chan Chak Mo, presidente do comité organizador do Festival da Gastronomia.
O empresário lembrou que o festival se tem realizado anualmente desde a criação da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM), tendo começado no Largo do Senado, antes de se mudar para a actual localização, junto à Torre de Macau.
“Se fosse cancelado, seria uma desilusão para muitos”, disse Chan Chak Mo em declarações à Revista Macau. “Desde que a situação da COVID-19 esteja controlada, as pessoas querem que o festival aconteça”, acrescenta.
“Perguntámos a muitos restaurantes e disseram-nos que, apesar dos desafios e de ainda não terem regressado muitos turistas, querem fazer algo dinâmico para animar o sector”, salienta.
Antes da pandemia, quase 40 por cento dos visitantes do festival eram turistas, realça o empresário, que é também presidente da União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau.
As expectativas este ano são mais modestas, apesar de todas as regiões do Interior da China terem levantado as restrições às viagens para Macau. Mas tal como em 2020, o evento só irá contar com restaurantes locais, não tendo assim a habitual zona especial que reunia restaurantes de uma região estrangeira em particular.
Esta zona temática “ajudava o festival a atrair visitantes de Hong Kong e do Interior da China”, com especialidades, por exemplo, da Tailândia ou do Japão, admite Chan Chak Mo.
Tradição especial
Apesar dos desafios, o responsável acredita que o evento vai continuar a desempenhar “um papel positivo na promoção do turismo de Macau”, com especial destaque para o estatuto do território como membro da Rede de Cidades Criativas da UNESCO na área da Gastronomia.
Macau foi classificada como Cidade Criativa da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) na área da Gastronomia em 2017, tornando-se na terceira cidade na China, a seguir a Chengdu e Shunde, a conquistar tal distinção. Desde então, muito tem sido feito para expandir a promoção da RAEM como um destino culinário.
O evento reveste-se de maior importância porque a gastronomia sempre ocupou um lugar especial nas tradições de Macau, como sinónimo da cultura singular do território que representa “uma harmoniosa fusão entre o Oriente e o Ocidente”.
Não sendo apenas uma parte integrante da identidade cultural de Macau, a gastronomia é “também um forte motor de desenvolvimento económico”, salienta o responsável.
Este ano, o festival volta a decorrer em simultâneo com o Grande Prémio de Macau. “Os turistas terão um sítio para passar o tempo e se divertirem após assistirem às corridas”, diz Chan Chak Mo.
O evento vai contar com actuações culturais todas as noites, para criar um ambiente “carnavalesco”. Os visitantes podem experimentar diversas iguarias em várias áreas do recinto, dedicadas à gastronomia chinesa, ocidental, asiática e a sobremesas, espalhadas pelos níveis superior e inferior da Praça do Lago Sai Van. Em ano de pandemia, o dinheiro pode ficar em casa, uma vez que só são aceites cupões e pagamentos electrónicos.
A organização do festival, liderada pela União das Associações dos Proprietários de Estabelecimentos de Restauração e Bebidas de Macau, conta ainda com a Associação de Operários Iam Sek Ip Kong Vui de Macau, a Associação dos Trabalhadores da Imprensa de Macau, a Associação de Cozinha de Macau e a Associação de Empregados de Restaurantes e Padarias de Macau.