Texto Catarina Domingues
Ouvir música electrónica nas Oficinas Navais vai ser possível já este mês por ocasião do Festival Internacional de Música de Macau (FIMM). Marque a data na agenda: 26 de Outubro é o dia em que estes antigos estaleiros, que datam de finais do século XIX e que testemunharam a ascensão e a queda da indústria naval, passam a fazer parte da rota musical do FIMM. Uma “noite de sons hipnotizantes”, antevê o Instituto Cultural (IC).
No espectáculo “Batida Electrónica”, são duas as bandas que vão subir aos palcos das antigas oficinas. Sobre a música de EVADE, conjunto de Macau, a organização diz tratar-se de uma “mistura rebelde de electrónica minimalista e post-dubstep“. Já FM3, banda de Pequim, é formada por Christiaan Virant e Zhang Jian, sendo “considerada uma das pioneiras da música electrónica na China”. O projecto “Buddha Machine”, um dispositivo especial inspirado num aparelho que toca cantos budistas, é o trabalho mais conhecido dos FM3. “Minimalista e emocionalmente carregada, a sua música constrói uma paisagem sonora meditativa e com uma ressonância poética e hipnótica”, escreve o IC na apresentação deste grupo musical.
Apesar de grande parte da programação estar reservada para o mês de Outubro, foi a 28 de Setembro que arrancou a 32.ª edição do festival. Abriu com “L’Elisir D’Amore” de Gaetano Donizetti, numa produção da Ópera de Zurique que marcou o 170.º aniversário da morte do compositor italiano.
A vinda a Macau da L’Opéra de Chambre de Genève celebra também os 150 anos da morte de outro erudito italiano Gioachino Rossini, com a apresentação da ópera “Il Signor Bruschino”, no Teatro D. Pedro V nos dias 12 e 13 de Outubro.
A austríaca Camerata Salzburg junta-se ao violinista francês Renaud Capuçon no dia 21 de Outubro para dois concertos de Mozart para violino e duas sinfonias de Haydn no Grande Auditório do Centro Cultural de Macau (CCM).
De Portugal chega este ano o trio Sangre Ibérico, que leva à Casa do Mandarim no dia 5 de Outubro “Portugal encontra Espanha”, um espectáculo que alia fado à rumba flamenca. De destacar ainda a vinda do violoncelista brasileiro António Meneses, com actuação agendada para 14 de Outubro no CCM. O também vencedor do Concurso Internacional de Música de Munique vai ainda dar uma masterclass no auditório do Conservatório de Macau.
O festival, que conta com um orçamento de 30 milhões de patacas, encerra este ano com dois concertos da orquestra alemã Staatskapelle Dresden. Dirigido pelo maestro Christian Thielemann, o grupo, com uma história de 470 anos, vai apresentar as sinfonias completas de Schumann.