Dirigentes de algumas das principais associações cívicas locais fazem uma retrospectiva positiva dos últimos 25 anos de Macau, sublinhando os avanços registados a vários níveis e enfatizando o papel do Governo Central no progresso da RAEM
Texto Stephanie Lai*
O desenvolvimento de Macau ao longo dos últimos 25 anos traduziu-se em diversas melhorias para a população. Essa é a opinião de representantes de diversas associações locais, que avaliam como bastante positiva a evolução da cidade após o estabelecimento da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM).
A presidente da direcção da União Geral das Associações dos Moradores de Macau, organização também conhecida por “Kai Fong”, sublinha que, “nos últimos 25 anos, Macau registou enormes mudanças sociais”. Ng Siu Lai acrescenta que, durante o último quarto de século, foram verificados “grandes progressos” ao nível dos serviços sociais disponibilizados à população, com o respectivo âmbito a ser “cada vez mais alargado”.
Ng Siu Lai, que é igualmente representante da RAEM junto da Assembleia Popular Nacional (APN), aponta que, desde o retorno à Pátria, a região “registou melhorias significativas” em áreas como o bem-estar da população, a segurança social, a economia e a segurança nacional. A dirigente associativa acrescenta que Macau “estabeleceu uma ligação mais estreita” com o País após 1999, o que beneficiou de forma significativa a RAEM.
“Nos últimos 25 anos, Macau registou enormes mudanças sociais”
NG SIU LAI
PRESIDENTE DA DIRECÇÃO DA UNIÃO GERAL DAS ASSOCIAÇÕES DOS MORADORES DE MACAU
Para Ng Siu Lai, o desenvolvimento de Macau ao longo dos últimos 25 anos não pode ser dissociado do papel “activo, positivo e sustentável” do Governo Central no apoio ao progresso da RAEM. A responsável dos “Kai Fong” refere o projecto da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, no âmbito do qual a RAEM tem vindo a beneficiar de “várias políticas especiais” implementadas por parte do Governo Central. Outros exemplos prendem-se com o posicionamento de Macau enquanto plataforma de cooperação entre a China e os países de língua portuguesa ou os esforços de promoção da diversificação económica e industrial, diz a responsável.
Apoio essencial
A presidente da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Ho Sut Heng, salienta igualmente o papel do Governo Central no que toca aos avanços verificados desde o estabelecimento da RAEM. “Em diferentes fases do desenvolvimento de Macau, o Governo Central introduziu diversas medidas favoráveis à região, a fim de apoiar o seu progresso económico e a melhoria do bem-estar da população”, diz a dirigente associativa, também representante da RAEM na APN.
“Graças ao forte apoio do Governo Central, Macau conseguiu alcançar um grande desenvolvimento e passar de uma pequena localidade para uma cidade de renome internacional”, afirma Ho Sut Heng. “O Governo da RAEM e todos os sectores da sociedade uniram forças para potenciar as vantagens institucionais do princípio ‘um país, dois sistemas’ e aproveitar plenamente as políticas favoráveis” promovidas pelo Governo Central, acrescenta a responsável.
No último quarto de século, a economia local “alcançou um grande desenvolvimento, o nível do rendimento da população cresceu constantemente, o regime de direito laboral foi aperfeiçoado, o sistema da segurança social continuou a melhorar, a qualidade de vida dos residentes aumentou significativamente e a situação social global manteve-se harmoniosa e estável”, sintetiza a líder da FAOM.
“Graças ao forte apoio do Governo Central, Macau conseguiu alcançar um grande desenvolvimento”
HO SUT HENG
PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO DAS ASSOCIAÇÕES DOS OPERÁRIOS DE MACAU
Ho Sut Heng enfatiza a área social, com a RAEM a passar a oferecer 15 anos de escolaridade gratuita, tendo igualmente sido assegurada uma cobertura total da população no que toca ao acesso aos cuidados de saúde. Além disso, foram introduzidos vários benefícios no campo da segurança social, como a pensão para idosos.
Já no campo da protecção laboral, a legislação “foi gradualmente melhorada” ao longo da “era RAEM”, avalia a representante da FAOM. Houve “o aumento da licença de maternidade remunerada para 70 dias, a introdução de uma licença de paternidade remunerada, o estabelecimento de um sistema de garantia de créditos laborais e o estabelecimento de um sistema de salário mínimo, entre outras medidas”, elenca Ho Sut Heng.
Reforçar a singularidade de Macau
Na opinião de Miguel de Senna Fernandes, presidente da Associação dos Macaenses, “de uma maneira geral, foi um desenvolvimento estável” aquele que a RAEM registou ao longo dos últimos 25 anos. O também advogado nota a importância da liberalização da indústria do jogo para o progresso económico da região e para o aumento das receitas fiscais de Macau: a situação “robusta” dos cofres públicos foi, de resto, “importantíssima” para a RAEM conseguir fazer frente ao período difícil da COVID-19, entre 2020 e 2022, salienta.
O dirigente associativo destaca que “o apoio do Governo Central à RAEM tem sido constante, em todas as facetas de desenvolvimento” da cidade. Relativamente ao que toca às comunidades macaense e portuguesa em Macau, “o Governo Central tem tido sempre uma posição favorável, não só à sua presença, mas também à cultura subjacente” a essas comunidades, nota.
“A manutenção da singularidade de Macau não é incompatível com a ideia de integração plena no Interior da China”
MIGUEL DE SENNA FERNANDES
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DOS MACAENSES
Olhando para o futuro, Miguel de Senna Fernandes recorda que tal coincide com “a aproximação gradual” a 2049, o fim do período de vigência consagrado para o actual regime de autonomia de Macau. “Espero uma transição muito suave, sem sobressaltos”, rumo a uma maior integração nacional, prevê. “A manutenção da singularidade de Macau não é incompatível com a ideia de integração plena no Interior da China”, afiança o dirigente macaense.
“Grande sucesso”
Para a presidente da Associação Geral das Mulheres de Macau, Lau Kam Ling, os últimos 25 anos marcam “uma experiência de crescimento e progresso, sob o ‘abraço’ do País”. Segundo acrescenta a responsável, durante o último quarto de século, a implementação do princípio “um país, dois sistemas” a nível local obteve “grande sucesso, a economia de Macau alcançou um enorme desenvolvimento, a sociedade manteve a estabilidade a longo prazo e a vida da população continuou a melhorar”.
Em particular, Lau Kam Ling dá nota positiva às mudanças verificadas desde 1999 nas áreas que fazem parte do campo de acção da Associação Geral das Mulheres de Macau. “A situação da igualdade de género em Macau é uma das mais elevadas do mundo”, garante a dirigente associativa. “As medidas de defesa dos direitos e interesses das mulheres e das crianças têm vindo a ser cada vez mais aperfeiçoadas e o grau de participação das mulheres na política está a aumentar.”
“Sob a orientação correcta do princípio ‘um país, dois sistemas’, no futuro, Macau será seguramente uma metrópole internacional com uma economia próspera e diversidade cultural”
LAU KAM LING
PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO GERAL DAS MULHERES DE MACAU
A dirigente complementa a sua opinião com dados. O rendimento mensal médio das mulheres aumentou cerca de quatro vezes desde o estabelecimento da RAEM, fixando-se em cerca de 16.000 patacas no ano passado, de acordo com dados compilados pela associação. Além disso, a percentagem da população feminina com grau de ensino superior subiu de aproximadamente 7 por cento em 2001 para cerca de 30 por cento duas décadas depois.
“O desenvolvimento das causas das mulheres em Macau entrou num período de ‘ouro’ e a maioria das mulheres participa no desenvolvimento e na construção da RAEM com uma atitude de protagonista, contribuindo com a sua força para a edificação de um melhor Macau”, assegura Lau Kam Ling.
Olhando para lá de 2024, a dirigente da Associação Geral das Mulheres de Macau afirma estar “cheia de confiança” no desenvolvimento da RAEM. “Sob a orientação correcta do princípio ‘um país, dois sistemas’, no futuro, Macau será seguramente uma metrópole internacional com uma economia próspera e diversidade cultural”, prevê. “A RAEM alcançará um amanhã ainda mais próspero e melhor, certamente com a presença de inúmeras mulheres em lugares de destaque.”
*com Emanuel Graça