O actual presidente da Associação Audio-Visual Cut, Chao Koi Wang, sublinha a relevância do grupo como pólo agregador de quem gosta de cinema em Macau. O também realizador assume que a Cut desempenhou um papel essencial no seu próprio percurso artístico: Chao foi um dos três cineastas com uma curta-metragem incluída em “Histórias de Macau 3: Labirinto Urbano”, produção de 2015 promovida pela associação.
A Associação Audio-Visual Cut comemora 25 anos. Que balanço faz do caminho percorrido até aqui?
Para mim, é admirável que os membros fundadores tenham construído esta associação de raiz e que tenham persistido neste trabalho durante tantos anos. Graças ao seu esforço, as pessoas de Macau que gostam de cinema, como eu, têm agora uma plataforma de comunicação e colaboração. Durante 25 anos, a Cut apoiou muitos cineastas locais, permitindo-lhes realizar vários projectos. Se a Cut não existisse, penso que o cinema local não seria tão criativo e independente como é actualmente.
De que forma é que a Cut teve influência na sua carreira?
Conheci a Associação Audio-Visual Cut em 2006, quando fui ver um filme numa sessão promovida pelo grupo. Depois, fui para Taiwan e comecei a tirar o meu curso em cinema. O que mais marcou a minha carreira foi o convite da Cut para filmar a curta-metragem “Come, the Light”, que faz parte da série de curtas-metragens incluídas em “Histórias de Macau” (“Macao Stories”), sobre o quotidiano local.
“Histórias de Macau” foi um projecto criado pela Cut que visava promover o cinema de Macau, com o objectivo de criar filmes locais feitos por profissionais locais. Sinto-me muito honrado por ter sido um dos realizadores seleccionados para esta iniciativa. Graças a esta oportunidade e à ajuda da Cut, o meu filme conquistou alguns prémios em festivais de cinema e assim ganhei uma oportunidade de avançar a minha carreira.
Que memórias guarda desse tempo?
Há dez anos, Macau não possuía talentos nem equipamento suficientes para projectos de produção cinematográfica ou televisiva de alguma envergadura. Eu também ainda não tinha experiência suficiente, pelo que esta produção foi realmente o resultado de um enorme esforço de equipa.
Como presidente da Cut, quais são os seus principais desafios?
Organizar eventos é difícil, e muitas vezes a afluência não é a ideal, mas a parte que mais gosto dessas funções é que faço sempre novos amigos a cada evento, pessoas que gostam mesmo de cinema.
Qual é a sua visão para a Cut e para o cinema de Macau?
Espero que a Cut continue a organizar mais eventos, o que é muito significativo para quem gosta de ver ou criar filmes, pois através destas actividades sabem que não estão sozinhos nesse seu interesse, especialmente os residentes realmente apaixonados por cinema. Quanto ao cinema de Macau, acredito que actualmente existe talento nas várias áreas do campo cinematográfico e, enquanto tivermos liberdade criativa, continuaremos certamente a produzir boas obras.
Que nomes destaca da nova geração de realizadores de Macau?
Há muitos: Lao Keng U, Wong Weng Chon, Galilee Ma Wai In, Teng Kun Hou ou Ho Kueng Lon.