Com quase três décadas de presença no território, o actual panorama do râguebi em Macau é considerado estável e com potencial para crescer. Longe de imaginar um desenvolvimento tão grande, em especial junto das camadas jovens, com forte adesão de atletas locais chineses, são vários os antigos dirigentes e até fundadores do clube que enaltecem o caminho até agora percorrido.
Luís Herédia, que foi o segundo presidente do Clube de Râguebi, diz-se “extremamente orgulhoso” pela forma como “os dirigentes e todos aqueles que apoiaram o desenvolvimento do râguebi souberam ultrapassar todas as dificuldades iniciais” e “lançar bases para o futuro da modalidade”.
Promover o desporto junto da comunidade e “proporcionar a adesão de muitos jovens locais através do Macau Bats” tem sido, para Luís Herédia, “a grande vitória ao longo de todos estes 28 anos”.
“A disciplina, o respeito pelo adversário e pelos árbitros, que é uma das características marcantes deste desporto, foram sempre incutidos nos praticantes e isso pode ver-se nos dias de hoje”, acrescenta. “Parafraseando o nosso primeiro presidente, Pedro Leal, que sempre utiliza essa expressão, o râguebi é também uma escola de vida, daí ser nossa intenção fazer perdurar esta mentalidade e incuti-la nos praticantes.”
Luís Herédia, que foi também praticante da modalidade, destaca igualmente a importância da variante “touch” para alargar o desporto ao sector feminino. “Ainda não há um número suficiente para formarmos uma selecção de mulheres, mas algumas delas estão já a actuar em equipas de Hong Kong”, sublinha.
Ricardo Pina, antecessor de Donald Shaw na presidência do Clube de Râguebi, explica que a união que sempre existiu entre os amantes do râguebi foi a base do sucesso. “Isso foi sempre o nosso lema, mas não poderia ser mais verdadeiro do que durante a pandemia e agora no período pós-pandémico”, disse o antigo capitão da equipa sénior, que não deixa de elogiar a actual direcção, “pelo excelente trabalho de organização e compromisso em levar o râguebi a mais escolas e pessoas do que nunca na história do clube”.
Mesmo fora do território, Ricardo Pina continua a acompanhar o dia-a-dia do Clube de Râguebi. “É óptimo ver o retorno do râguebi juvenil às competições em Hong Kong ou o retorno da equipa sénior com uma estrutura para apoiar a participação em competições futuras”, sustenta o antigo dirigente, concluindo que “a missão que guiou a criação do clube há 28 anos continua forte e todos nós torcemos pelo futuro brilhante que tem pela frente”.