Nas estradas de Macau, os veículos eléctricos são cada vez mais comuns. Dados estatísticos oficiais indicam que, no final de Janeiro, havia um total de 8719 veículos eléctricos no território, incluindo 4597 automóveis ligeiros, 1114 veículos pesados, 2178 motociclos e 830 ciclomotores. Em 2020, o número total de veículos eléctricos em circulação no território não ultrapassava os 1400.
Franco Liu, director-geral para Macau da construtora chinesa de automóveis eléctricos BYD, aponta, em entrevista à Revista Macau, vários factores que têm vindo a contribuir para a popularização deste tipo de veículos na região: as flutuações nos preços dos combustíveis fósseis, as isenções fiscais de que beneficiam os proprietários de veículos eléctricos e a rápida expansão da infra-estrutura de suporte. Porém, o custo de cada carregamento de um veículo eléctrico e os desafios associados à instalação de postos de carregamento individuais em parques de estacionamento privados ainda são temas que pesam na hora da decisão. Franco Liu explica:“Questões ligadas à gestão de estacionamentos em condomínios privados dificultam a instalação de postos de carregamento, o que pode ter impacto na disposição dos consumidores em adoptar veículos eléctricos”.
Segundo dados da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, no final do ano passado, estavam em operação no território perto de 1200 postos de carregamento públicos para automóveis eléctricos ligeiros, disponíveis em auto-silos ou na via pública. A estes, somava-se um total de 550 postos de carregamento para motociclos e ciclomotores. O Governo tem como meta que o número total de postos de carregamento em locais públicos atinja a fasquia dos 4000 até 2030.
Em Macau, a compra de veículos eléctricos está isenta do Imposto sobre Veículos Motorizados. Além disso, os automóveis ligeiros, motociclos e ciclomotores eléctricos não precisam de pagar o Imposto de Circulação anual.
Com o objectivo de incentivar a substituição de motociclos mais antigos, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental lançou, em Março de 2022, um programa de subsídios. Cada motociclo obsoleto substituído por um motociclo eléctrico novo podia receber um subsídio de 3500 patacas, além de isenções fiscais até um máximo de 5300 patacas. Face aos resultados positivos do programa, as autoridades decidiram ampliar a sua abrangência, tendo ainda estendido a sua duração até ao final de Maio deste ano.