No último ano lectivo, a Universidade de Coimbra (UC) recebeu 25 estudantes de Macau em cursos dos vários graus de ensino regular e em cursos que não conferem graus, como sejam cursos de línguas ou de formação. Jenna Iao Tong Chao, aluna do quarto ano da licenciatura em direito da Universidade de Macau, esteve na UC num programa de intercâmbio com duração de um semestre. “É como um sonho. É uma das universidades mais antigas na Europa. Em 2019, já tinha estado em Coimbra e, na altura, gostei muito do ambiente”, diz.
À Revista Macau, a jovem conta que escolheu a universidade portuguesa porque, na sua faculdade em Macau, “a maioria dos professores segue a ‘escola de Coimbra’” no que toca ao direito. “A matéria do curso entre as faculdades de direito de Macau e de Coimbra é parecida e não demorei muito tempo a habituar-me”, afirma.
Para Jenna Iao Tong Chao, o semestre passado em Coimbra traduziu-se numa mais-valia pessoal e, espera, também ao nível da sua carreira profissional. “Consegui perceber algumas diferenças e semelhanças entre os dois regimes [jurídicos] e isso vai, acredito, ajudar-me muito, no futuro, quando trabalhar.”
O contributo da passagem pela UC é reconhecido por Helena Kok, licenciada em direito pela universidade em 2005, que nota que as bases do sistema jurídico de Macau estão assentes na doutrina portuguesa. A advogada considera que “uma boa base teórica serve para escrever uma boa peça processual”. E acrescenta: “Sinto que tenho imensa vantagem por ter obtido esta capacidade em Coimbra, especialmente na análise jurídica dos problemas”.
Foi o desejo de estudar fora que levou Helena Kok à UC, uma universidade que lhe era referenciada como entre as melhores em Portugal, “especialmente para o curso de direito”, apesar do elevado grau de exigência. “A vontade de vencer e de poder ser a única [naquela altura] chinesa em Macau a ter um curso de direito pela UC não me deixou considerar mais opções.”