Arlindo do Rosário considera que o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (também conhecido por Fórum de Macau) tem permitido “uma maior coordenação e intensificação” em matéria de diplomacia económica entre as partes envolvidas. Para o Embaixador de Cabo Verde em Pequim, enquanto plataforma de diálogo e cooperação, o Fórum de Macau – que celebra este ano duas décadas de existência – “permite que líderes políticos e empresariais possam reunir-se para discutir questões de interesse mútuo”.
“O Fórum de Macau tem tido um desempenho positivo, não obstante subsistirem ainda desafios para que a sua divulgação, em todos os países participantes, seja efectiva, de forma a reforçar o papel de Macau enquanto ponte, abrindo portas para que mais projectos fecundos se concretizem nos nossos países”, considera o diplomata. Arlindo do Rosário sublinha, a este respeito, a necessidade de revisões no funcionamento do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa, de forma a elevar a capacidade do organismo no que toca à identificação de projectos financiáveis nos países lusófonos.
O embaixador reconhece que o tecido empresarial de Cabo Verde, devido às suas limitações de escala e acesso a capital, “não tem pujança suficiente” para almejar uma forte presença no mercado chinês. O objectivo é, por isso, utilizar o Fórum de Macau para “levar empresas chinesas a investirem em Cabo Verde”.
“Temos verificado, nos últimos 20 anos, algum interesse dos empresários chineses em Cabo Verde. Temos notado também que anualmente mais e mais importadores de Cabo Verde já participam nas principais feiras da China em busca de parcerias”, diz.
A disponibilidade de Cabo Verde para continuar a apoiar os trabalhos do Fórum de Macau foi reiterada em Fevereiro pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, numa visita à sede da instituição, em Macau. O governante salientou na altura o desejo do seu país em reforçar a colaboração em diversas áreas com a China e os países lusófonos, aproveitando o papel do Fórum de Macau como mecanismo multilateral de cooperação e o posicionamento de Macau enquanto plataforma sino-lusófona.