Os 40 anos das relações diplomáticas oficiais entre a República Popular da China e Angola marcam também o aproximar de dois povos. Em particular na última década, têm-se sucedido as iniciativas com vista a melhorar o conhecimento da realidade chinesa por parte dos habitantes do país lusófono.
Para mitigar diferenças entre os angolanos e os chineses residentes na nação africana, a Câmara de Comércio Angola-China tem um programa radiofónico semanal na Rádio Nova, com sede em Luanda, em que os protagonistas são empresários chineses com investimentos em solo angolano. O presidente da câmara de comércio, Luís Cupenala, conta que os empresários falam, sobretudo, “da sua vida em Angola, dos seus negócios, da cultura, da sociedade, do desporto e também falam de culinária”. O foco alarga-se dos negócios à relação de co-habitação, “para dizer que, apesar de sermos diferentes povos, de diferentes culturas, temos um futuro comum”.
A educação pode ser também factor de aproximação de povos. Neste quadro, Francisco José Leandro, director associado do Instituto de Investigação para os Países de Língua Portuguesa da Universidade Cidade de Macau, destaca as bolsas de estudo que a China oferece a alunos angolanos para estudarem em universidades chinesas, e que ascendem actualmente a mais de 300. “São um excelente indício de um bom futuro”, aponta. “É por aí que se constroem relações bilaterais fortes.”
Na área da divulgação da língua e cultura chinesas, Angola tem, desde 2015, um Instituto Confúcio na Universidade Agostinho Neto (foto), em Luanda. Nos últimos anos, o instituto formou várias centenas de pessoas em diferentes níveis de mandarim.