Apesar de a quarta ponte entre a península de Macau e a Taipa estar ainda em construção, as autoridades já discutem a possibilidade de desenvolver uma quinta ligação. Um estudo de viabilidade nesse sentido foi conduzido entre 2016 e 2017 pelo Governo liderado por Fernando Chui Sai On. Em cima da mesa estava uma travessia através de um túnel subaquático, com entrada, na península, junto aos hotéis Mandarin Oriental e MGM Macau, no NAPE, e saída, na Taipa, na zona entre as pontes Governador Nobre de Carvalho e da Amizade.
Passados cinco anos, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, no cargo desde 2014, admite que a probabilidade de a ligação avançar “é de cinquenta por cento”. “Não nos esquecemos desse projecto, mas não sabemos se devemos avançar. É muito complexo, principalmente a ligação perto do Hotel MGM Macau”, reconheceu o governante, durante a apresentação do documento de consulta do “Planeamento Geral do Trânsito e Transportes Terrestres de Macau (2021-2030)”, em Maio.
Na opinião de Francisco Vizeu Pinheiro, é “evidente” a mais-valia de uma ligação directa entre a zona do NAPE e o centro da Taipa, que é feita, nos dias de hoje, pela “periferia de Macau, na zona do terminal marítimo do Porto Exterior ou na Barra”. Para o arquitecto, “quanto mais directas forem as ligações, menos tempo se gasta em transportes e menos poluição é produzida em zonas urbanas”.
Apesar de considerar que esta ligação pode vir a ser “conveniente”, o director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, Lam Hin San, alerta que “não queremos desperdiçar o nosso dinheiro e depois trazer mais engarrafamentos para a zona central” de Macau.
Uma potencial quinta ligação, na opinião de Vizeu Pinheiro, podia “ter a vantagem adicional de libertar a Ponte Governador Nobre de Carvalho para conversão em zona pedonal”. O que, diz, poderia contribuir para “a melhoria da qualidade de vida dos cidadãos, e, no futuro (pós-pandemia), melhoraria a oferta turística de Macau”.