Apesar dos progressos alcançados, tanto os académicos da Universidade de Macau (UM) como da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST, na sigla em inglês) dizem que a cidade ainda está a dar os primeiros passos no desenvolvimento de investigação e aplicação da inteligência artificial (IA).
“O ritmo de desenvolvimento acelerou nos últimos anos devido às mudanças no ambiente global, como a Zona de Cooperação Aprofundada [entre Guangdong e Macau em Hengqin] e as políticas de apoio das autoridades”, destaca Zhou Jiantao, professor associado e director interino do Centro de Inteligência Artificial e Robótica (CAIR, na sigla em inglês) da UM. “A Zona de Cooperação Aprofundada e a Região da Grande Baía oferecem melhores oportunidades para a aplicação da pesquisa em IA graças (…) a um maior mercado.”
O académico refere-se à inauguração da Zona de Cooperação Aprofundada, na vizinha Hengqin, em Setembro, que permite às administrações de Macau e de Guangdong moldarem em conjunto o futuro da zona, para apoiar a diversificação da economia de Macau.
Zhou Jiantao sublinha também a importância de formar mais talentos neste campo: a UM pretende lançar um novo mestrado em IA em 2024. “Os talentos são o elo mais importante e crucial na pesquisa e desenvolvimento da IA”, salienta. “A nossa universidade espera formar mais profissionais nesta área para Macau e toda a Grande Baía.”
Uma ambição partilhada pela MUST, que quer lançar uma licenciatura em IA. “Comparado com outras coisas, como equipamento de ponta, o ambiente circundante, as infra-estruturas (…), o talento é um problema que não se resolve do dia para a noite”, diz Zhang Du, vice-reitor da Faculdade de Engenharia e Inovação e director da Escola de Ciências e Engenharia de Computadores da MUST. “Se Macau quer tornar-se uma sociedade totalmente digital, a qualidade dos seus talentos e da educação são da maior importância.”