O hóquei em campo em Macau “faz praticamente 100 anos” e foi a modalidade mais praticada pela comunidade macaense, recorda Filipe de Senna Fernandes, salientado que o desporto tinha todas as condições para ter evoluído, “mas houve uma grande quebra” quando o recinto – outrora na Caixa Escolar, no centro da península – mudou para a Taipa.
A Caixa Escolar era um lugar privilegiado e é com saudosismo que uma parte da comunidade do hóquei fala dos tempos brilhantes da modalidade. A mudança para a Taipa veio mudar o ritmo dos dias para quem a praticava. “Antigamente estávamos no centro da cidade e as pessoas passavam e viam. Sabiam o que era o hóquei em campo”, justifica Filipe de Senna Fernandes.
Frederico Cordeiro viu como o desporto cresceu no Tap Siac e atribui à mudança de instalações a viragem na visibilidade para adeptos e praticantes. “Havia mais facilidade de deslocação até ao centro da cidade”, relembra.
A questão da localização, contudo, não é unânime. Manuel Silvério tem uma visão diferente em relação à Caixa Escolar. O antigo dirigente reconhece que, “em termos sociais, o Hóquei Clube de Macau foi o ponto de união de muitos macaenses tendo a prática do hóquei no campo da Caixa Escolar sido transmitida de geração para geração, de pais para filhos e destes para os netos”.
Mas as antigas instalações não tinham condições para receber provas internacionais e o campo já representava um perigo para a segurança da população. Nesse sentido, Manuel Silvério acredita que a mudança da Caixa Escolar para a Taipa foi uma mais-valia, providenciando um campo com estrutura para encontros internacionais, servido de balneários e melhores condições de segurança para a prática da modalidade.