“Estamos a preparar uma equipa de emergência que esperamos ser acreditada pela OMS”, anunciou o director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion, na conferência “Respostas de Emergência e Partilha de Experiências e Capacitação”, que se realizou em Macau.
Esta equipa pretende, no futuro, ajudar na resposta a crises em Macau, mas também na China e nos países próximos.
Já foi submetida a candidatura para que os médicos e enfermeiros que se voluntariem para esta estrutura possam integrar o corpo da OMS em situações de terramotos, inundações e outras situações, onde haja necessidade imediata de consulta médica, indicaram os Serviços de Saúde.
Neste momento, na China, existem apenas duas equipas médicas acreditadas pela OMS e o Governo de Macau quer criar a terceira, num prazo até daqui a um ano e meio.
A directora regional para a Segurança da Saúde e Emergências da OMS, Li Ailan, afirmou ser “inevitável o surgimento de desastres naturais nesta região”, sendo que para serem atenuados é necessário a colaboração entres os vários Estados e territórios da região.
“Macau tem a capacidade para ajudar outros países”, concluiu.
Por outro lado, Liam Norton, responsável da equipa médica de Emergência e de Operações de Emergência da OMS, declarou que os países desta região têm que estar preparados para prestar o “melhor auxílio possível às suas populações”.
A Ásia Pacífico e o Sudeste Asiático representam “80% dos desastres naturais em todo o mundo”, sublinhou.
“Esta é a zona do mundo com maior risco de inundações e Macau está no centro desta área”, disse Liam Norton, durante a conferência.
Oito dos dez países com o maior número de deslocados ou desalojados por causa de desastres naturais estão localizados no sul e no sudeste da Ásia, de acordo com um relatório da agência da ONU para a Redução dos Riscos de Desastres (UNISDR), divulgado em Outubro passado, em que foram avaliados os dados relativos a 204 países e territórios que sofreram inundações, furacões e ciclones.
A Índia registou 2,3 milhões de deslocados, seguida da China (1,3 milhões) e do Bangladesh (1,2 milhões), numa lista de dez países que integra ainda o Vietname (um milhão), as Filipinas (720 mil), o Myanmar (570 mil), o Paquistão (460 mil) e a Indonésia (380 mil), entre outros.
A 23 de Agosto passado, a passagem por Macau do tufão Hato causou dez mortos, mais de 240 feridos e prejuízos avaliados em 1,3 mil milhões de euros.