Com o projecto agora apresentado, o grupo de ‘media’ de Macau, dono das revistas Macau Business, Business Intelligence e Essencial Macau, extingue o jornal económico Business Daily e transfere os seus recursos, incluindo cinco jornalistas, para a Macau News Agency.
Paulo Azevedo, que na quarta-feira apresentou o projecto ao Canal Macau da emissora pública TDM, especificou que se trata de uma agência noticiosa, apesar da particularidade de não vender conteúdo a órgãos de comunicação social.
“O nosso consumidor é o leitor normal, o leitor de jornais. Tudo aquilo que vamos oferecer é gratuito, não vendemos nada, não é intermediado. Sejam as nossas histórias, sejam as que compramos a outros parceiros, nomeadamente a agências de notícias – Lusa, Reuters, Bloomberg, France Presse. Compramos, mas depois pomos na nossa linha aberta para qualquer consumidor de jornal”, explicou à Lusa.
O empresário e jornalista diz ter sentido que havia “necessidade de avançar com um novo produto em Macau”, já que “não há uma agência de notícias” no território, apenas delegações de agências internacionais.
A Macau News Agency vai manter o pendor económico de grande parte dos produtos do Project Asia Corporation, mas pretende ser mais generalista que o jornal Macau Business Daily, passando a abranger também áreas sociais e culturais.
“[Queremos ser] uma espécie de Bloomberg de tamanho sardinha muito pequenina (…) Com notícias ao minuto, quer nossas, quer globais”, comentou.
Um portal agregador vai juntar todos os produtos do grupo, incluindo a MB.tv, um projecto televisivo online que passa também a contar com três jornalistas fixos. Regularmente, a Macau News Agency – que pode ser visualizada numa página independente – vai receber contribuições de profissionais que trabalham para outros títulos do grupo.
A redação vai focar-se em produzir conteúdos de Macau, e Azevedo não receia sobreposição com os vários meios de comunicação do território.
“Isso era um problema se fosse um jornal. Já há muitos. Há 14 chineses, cinco portugueses e ainda há três jornais ingleses, e isto é uma cidadezinha pequena. Mas como agência [em inglês] vamos praticamente ser os primeiros”, afirmou.
“[O conteúdo] não será muito diferente [daquele que os jornais produzem]. A única diferença é que antes estávamos a trabalhar com esta mesma equipa para publicar sensivelmente a história que os outros publicam, mais vocacionada para a economia. Mas publicávamos só 24 horas depois, num jornal como todos os outros, e agora seremos praticamente os primeiros. Iremos eventualmente competir a nível de rapidez com a Lusa – mas a Lusa é em português – ou com a Rádio Macau – mas mais uma vez é em português e chinês. E eventualmente com o portal de jogo GGRAsia, mas eles são só da área de jogo”, explicou.
As receitas virão exclusivamente da publicidade, já que as publicações lideradas por Paulo Azevedo não recebem subsídio do Governo, por não serem publicadas numa das duas línguas oficiais de Macau, o português e o chinês. “Se formos malsucedidos, fechamos”, rematou.