Na intervenção inicial, o director dos Serviços de Economia de Macau, Tai Kin IP, afirmou esperar que as empresas do território possam “produzir vantagens multiplicadoras” para a exploração do mercado dos países lusófonos e “ampliar o espaço de desenvolvimento”, nomeadamente nas áreas da energia e da indústria transformadora, em conjunto com as firmas do interior da China.
O objectivo desta acção de promoção é apresentar critérios e formas de investimento, procedimentos de candidatura e ambiente de investimento nos países de língua portuguesa aos empresários de Macau, disse.
A instalação da sede do Fundo em Macau “contribui para a participação das empresas” locais em projectos realizados em países lusófonos e traz “novos destaques para o desenvolvimento financeiro com características próprias de Macau” e “promove o desenvolvimento diversificado da economia” da Região Administrativa Especial chinesa, acrescentou Tai Kin Ip.
Iniciativa de cooperação anunciada em 2010, o Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa viu o seu papel reforçado com o anúncio, em 2010, da instalação do Fundo em Macau, o que “contribui para implementar ainda mais o apoio do Estado [chinês] aos trabalhos” de construção de Macau como plataforma de serviço para a cooperação comercial entre Pequim e o bloco lusófono.
A instalação do Fundo, criado oficialmente em Junho de 2013, foi concretizada já este ano em Macau.
A sub-directora do departamento para os Assuntos Económicos e encarregada da divisão de Comércio do Gabinete de Ligação em Macau, Chen Xing, lembrou que desde a criação do fundo se registou uma “subida drástica” da cooperação económica entre a China e o bloco lusófono [Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste].
“Muitas empresas de países de língua portuguesa abriram sucursais na China, que também está a realizar muitas obras em países de língua portuguesa, no valor de nove mil milhões de dólares” norte-americanos, disse a responsável, sublinhando que esta cooperação abrange áreas como marítima, tecnologia, recursos humanos, financeira e medicina, entre outras.
Com a iniciativa “uma Faixa, uma Rota” e a necessidade de industrialização dos países de língua portuguesa, o Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa ajuda Macau a desempenhar o papel de plataforma.
Pequim estabeleceu a Região Administrativa Especial de Macau como plataforma para a cooperação económica e comercial com os países de língua portuguesa em 2003, ano em que criou o Fórum Macau, que se reúne a nível ministerial de três em três anos.
Por seu lado, a representante do Fundo, Jin Guanze, destacou os projectos no Brasil, Angola e Moçambique, no valor de 650 milhões de dólares norte-americanos, como resultado da crescente promoção que reforça a capacidade do Fundo, para a qual destacou também a importância do desenvolvimento do projecto de integração regional Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau.
Até Julho passado, as trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa subiram 31,29%, em termos anuais homólogos, atingindo 67,61 mil milhões de dólares, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega chineses. O Brasil manteve-se como o principal parceiro económico da China, seguindo-se Angola e em terceiro lugar Portugal.