Cabo Verde apresenta Morabeza

Chama-se Morabeza e é filho de um ministro-escritor. O novo festival literário de Cabo Verde, que arranca já este ano na Cidade da Praia, tem como objectivo promover a "cena literária cabo-verdiana" e fazer do arquipélago um lugar de "partilha da literatura". Quem o diz é Abraão Vicente, escritor, artista plástico e ministro da Cultura e das Indústrias Criativas de Cabo Verde, que esteve em Macau para participar no Rota das Letras.

 

Texto Catarina Domingues | Foto Gonçalo Lobo Pinheiro

 

“Morabeza significa a arte de receber bem, a simpatia”, explica ainda à MACAU Abraão Vicente, revelando que o novo evento literário pretende ser também um encontro entre continentes.

O evento, que se realiza este ano entre a última semana de Outubro e a primeira de Novembro, tem um orçamento inicial de 100 mil euros e deverá contar com a participação de 24 escritores, incluindo o angolano José Eduardo Agualusa e o cubano Pedro Juan Gutierrez.

Numa reunião em Macau com membros do governo local, o responsável cabo-verdiano revela que foi proposto que o Morabeza se abrisse também à literatura chinesa. “Creio que com o tempo se irá diversificando”, admite o ministro.

Ainda durante a estadia em Macau, o responsável pela pasta da cultura cabo-verdiana reuniu-se com representantes do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau). À MACAU, o líder sublinhou que a área da cultura deve fazer parte da estratégia do organismo: “Direccionei todas as minhas propostas para o sector da cultura ser convidado a fazer parte do Fórum, não de forma a que encontre financiamento a partir de outros sectores, mas no sentido de se criar a partir do sector cultural formas de intercâmbio que gerem rendimento para os criadores”.